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Inovação no Brasil: guerra na Ucrânia deve prejudicar investimentos no agronegócio e em outros setores

Inovação no Brasil: guerra na Ucrânia deve prejudicar investimentos no agronegócio e em outros setores
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abr. 5 - 4 min de leitura
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Com fortes expectativas para 2022, o chamado “agrotech” corre risco de ser prejudicado devido à dependência da importação de fertilizantes da Rússia e a outros impactos na economia

Em meio ao caos provocado pela pandemia em vários setores da economia desde 2020, a guerra na Ucrânia, liderada pelo presidente da Rússia Vladimir Putin, trouxe ainda mais incertezas em um cenário repleto de desafios. Em linhas gerais, o conflito deve desacelerar o crescimento da economia global e, como consequência, provocar o aumento da inflação. Essa será uma realidade em todo o planeta, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em termos de Brasil, a agricultura deve sentir impactos profundos e que podem afetar as expectativas de inovação – o chamado “agrotech”. O país tem dependência da Rússia na importação de fertilizantes. Só para se ter uma ideia, cerca de 80% das 40,6 milhões de toneladas de fertilizantes necessários à agricultura anualmente vêm de solo russo.

Vale lembrar ainda que a pressão da guerra no preço de commodities, como petróleo, gás natural, trigo e milho, produtos que tanto a Rússia quanto a Ucrânia são grandes fornecedores mundiais, já está causando danos à economia do país e também para a bolsa brasileira. Por conta desses fatores, o momento é de avaliação cuidadosa para empresários e instituições das mais variadas áreas.

Só para se ter uma ideia, em 2021 as exportações brasileiras para a Rússia ficaram em torno de US$ 1,7 bilhão de dólares, sobretudo de produtos do agronegócio – leia-se carnes de frango e bovinas, soja, amendoim, café e açúcar. As importações, por sua vez, ficaram em torno de US$ 5,6 bilhões, sendo que 60% desse total representado pelos fertilizantes.

Em termos de importações, também merece atenção especial a aquisição de importantes fontes de energia, como o carvão e petróleo, que juntos chegam a 16%. Isso sem falar nos insumos industriais, como ligas metálicas.
 

Guerra já impacta o dia a dia dos brasileiros

Na prática, a guerra já impactou o bolso dos brasileiros. Em uma fase de inflação elevada e juros na casa dos dois dígitos, a situação fica ainda mais alarmante. É importante frisar que os combustíveis interferem com força no principal índice de inflação do país, o IPCA, e que o preço do petróleo atualmente já tem reflexos do conflito. “Petróleo é reajuste na veia, pois pesa cerca de 4% no IPCA (somando gasolina, etanol e diesel). Ou seja, qualquer aumento de 10% (no preço da commodity), já pesa 0,4 ponto percentual no IPCA, o que é muita coisa. Lembrando que a inflação deste ano já está acima do teto da meta e tem uma perspectiva do Banco Central superar 12% de juros ao longo dos próximos meses”, avalia Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, em entrevista ao site InfoMoney.

Por trazer instabilidade econômica, a guerra na Ucrânia interfere diretamente nos planos de inovação. Diante das dúvidas sobre a reação do mercado e dos impactos no PIB e inflação, além de outros indicadores, a tendência é que predomine a cautela diante de investimentos e outras mudanças.

Apesar de necessária, a cultura da inovação está diretamente relacionada com a saúde financeira do país. No caso da Ucrânia, por exemplo, estão sendo adotados planos de contingência para manter os negócios funcionando nesta fase de conflitos. Na Rússia, por sua vez, as sanções impostas pelos EUA podem limitar as ações das startups e impactar negativamente o ecossistema de inovação do país.

A guerra também compromete o boom inovador da Ucrânia, que é um celeiro de engenheiros e desenvolvedores. Atualmente, estima-se que o país conte com cerca de 200 mil profissionais de tecnologia – a grande maioria deles atuando em organizações dos Estados Unidos e de outros países da Europa.

Para o Brasil, fica a expectativa para que o governo encontre formas de contornar as consequências do grave conflito mundial. Afinal, para inovar, é necessário segurança econômica e políticas que assegurem o crescimento. Até passar a turbulência, a regra geral deve ser de muita análise e passos calculados. Que os ventos voltem a soprar a favor do desenvolvimento o mais rápido possível!

 


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