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Varejo by Grupo CondorVOLTAR

VIVA - Vivendo o Varejo

VIVA - Vivendo o Varejo
Mateus de Andrade
jul. 22 - 9 min de leitura
010

Mateus de Andrade, nascido em Santo André SP, formado em administração de empresa, casado com Rosely e pai de três filhos, Matheus (paulista), Nayara (mineira) e Raphael (carioca) consequência das movimentações do #varejo.

Iniciei no varejo muito cedo, aos 10 anos de idade trabalhei na feira numa banca de louças, depois mudei para banca de batatas e cebolas, e aos 13 anos iniciei novo trabalho numa banca de peixes onde permaneci por seis anos. Minha família adquiriu um pequeno mercado e eu dividia meu tempo entre a feira e o mercado.

 Em 1984 surgiu uma oportunidade, e fui trabalhar no #Carrefour onde permaneci por 28 anos. Iniciei no setor de peixaria como técnico em alimentos, e fui me capacitando, adquirindo novos conhecimentos e crescendo profissionalmente. Tive a oportunidade de conhecer várias áreas do varejo em cargos diferentes. Fui chefe de seção, gerente de setor, gerente formador, gerente de departamento, diretor de loja aos 29 anos e diretor regional aos 39 anos de idade. Morei em 7 estados (SP, MG, RJ, RS, GO, DF, PR) e 11 cidades (São Paulo, São Jose dos Campos, Osasco, Ribeirão Preto, Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Goiânia). Durante essas mudanças fui coordenador de vários departamentos em momentos distintos: Perecíveis, Mercearia, Bazar, Eletro e Manutenção, além de inaugurar 8 lojas.

Destaque: Durante os anos de 1989 e 1990 fui gerente formador de peixaria em Ribeirão preto, tinha o apoio de uma consultoria da Bélgica que trazia experiencias externa e verificávamos a possibilidade em aplicar no Brasil, assim desenvolvíamos as formações técnicas e multiplicávamos para todas as lojas do Brasil, destaco esse setor, porque era um sucesso, um diferencial e fidelizador de clientes,  uns diziam que se a loja tivesse uma boa peixaria o demais também seria bom, dada a singularidade deste setor. Hoje poucas lojas possuem peixaria, e as que possuem são muito acanhadas.

Todas essas movimentações me permitiram conhecer e entender várias culturas, em vários momentos econômico do país, me proporcionando participar de muitas situações inusitadas e complexas, como os congelamentos de preços, desabastecimentos, devido aos planos econômicos lançados em vários períodos: Plano Bresser (1987), Plano verão (1989), Collor 1 (1990), Collor 2 (1991). Todos esses planos tinham o intuito de controlar a inflação que chegou no governo Sarney em 1989 a 1.972,91%, e só conseguiram ter um controle da inflação com o lançamento do plano real em 1994 no governo Fernando Henrique Cardoso. Antes da implementação do plano real tivemos que trabalhar nas lojas com a URV (Unidade de Referência de Valor) lançada no período de transição entre o Cruzeiro Real e o Real, para servir como uma espécie de estágio para a implementação da nova moeda que ocorreu em 01/07/1994. Durante um período as lojas tiveram seus preços marcados com a URV´s, e os clientes os convertiam em Cruzeiro Real. Vale lembrar que nesta época todos os produtos eram precificados um a um, e havia remarcação diária, as lojas de hiper chegavam a ter 100 check outs e trabalhavam com cerca de 800 colaboradores mais promotores.

Vou compartilhar 3 momentos marcantes na minha jornada no Carrefour:

Em 1997 fui designado para inaugurar a loja da Pampulha em Belo Horizonte. Uma loja muito especial devido ser instalada na área onde compreende o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que tem no seu entorno: UFMG, Mineirão, Mineirinho, Casa do baile, Lagoa da Pampulha, Jardim Zoológico, Igreja de São Francisco (Projeto Niemeyr) que contêm obras de Candido Portinari e o paisagismo de Roberto Burle Marx. O fato de instalar um Hipermercado nesta região foi motivo de várias discussões, e quando a loja já estava pronta, com todos os colaboradores e abastecida, ela foi embargada por questões políticas. Passado semanas, e sem resolução para o caso, resolvi levar 400 colaboradores para câmara dos vereadores, para participar de uma reunião a qual não fomos convidados, apenas para pedir a liberação da loja, e depois de 32 vereadores se pronunciarem a nosso favor, nos deram a liberação para a abertura da loja, e três meses depois tive o prazer de ser condecorado com o título de cidadão honorário de Belo Horizonte por serviços prestados à comunidade.

Em 2000 fui diretor da loja de São José dos Campos, que havia sido no ano anterior a 15ª loja no ranking de vendas, a loja possuía uma estrutura de posto de gasolina muito boa, mas ociosa apesar de ter uma boa imagem de qualidade. Decidi abrir o posto as 07:00 e anunciar gasolina na TV nos finais de semana, o posto lotava e consequentemente a loja, que depois de seis meses configurou na 3ª loja no ranking da CIA. Estes anúncios que eram inéditos, não puderam permanecer por muito tempo devido a pressão que sofremos do mercado e sindicato, porém foi o suficiente para atingir os objetivos.

Em 2002 fui transferido para Osasco 1ª loja da CIA, com a missão de parar de vender atacado e se dedicar ao cliente final. A loja tinha um faturamento significativo, porém boa parte realizada no atacado e em contrapartida uma margem baixa. Conseguimos fazer uma transição com a retirada das vendas do atacado, repassando parte da margem obtida para os clientes final, e em um ano estávamos com crescimento superior as metas e com margens mais saudáveis.

No ano de 2012 aceitei um novo desafio, e assumi a diretoria de vendas da empresa Novo Mundo Móveis e Eletrodomésticos na região Centro Oeste, e fui responsável por gerenciar 103 lojas distribuídas nos estados: TO, MT, GO, DF. Apesar da mudança brusca de modelo de negócio saindo do varejo alimentar para bens duráveis, me adaptei muito rápido, pois logo procurei enxergar o que os clientes buscam quando necessitam de algo; sortimento, qualidade, preço justo, atendimento, entrega rápida, partindo desses princípios rapidamente estava integrado nesse mercado. Durante os 2,5 anos que permaneci na NMM pude inaugurar cerca de 20 lojas, abrindo os estados AM, PA, MA.

Em 2014 fui convidado a assumir o cargo de diretor de operações na #ViaVarejo, para coordenar 103 lojas das marcas Casas Bahia e Ponto Frio na região Centro Norte. Com 6 regionais distribuídas nos estados: TO, MT, MS, GO, DF. Durante este período tive a oportunidade de abrir uma nova regional no MT, implementar a cobrança de entregas e montagem de móveis, contribuindo satisfatoriamente para o aumento da rentabilidade da companhia. Entre 2015 e 2016 a empresa tinha o compromisso de fechar várias lojas, por exigência do CADE devido a junção de Casas Bahia e Ponto Frio. Esses fechamentos se sucederam   após uma queda brusca de vendas, ocasionadas pela crise econômica do Brasil em 2014 época da copa do mundo, e que teve seus impactos nos anos 2015-2016. Lojas foram fechadas, regionais reduzidas e resolvi retornar ao varejo alimentar.

Em 2016 assumi a diretoria de operações na Companhia Sul-americana de Distribuição #CSD, com a missão de gerenciar de 13 lojas no interior de São Paulo, promovendo o aculturamento dessas lojas, já que era uma rede recém comprada pela CIA (Supermercados Amigão). Depois de 1,5 anos, tendo realizado vários movimentos, implementado processos e capacitado os times, conseguimos alinhar a empresa adquirida as políticas da companhia, além disso mudamos 3 bandeiras de loja e construímos um novo formato (Atacarejo). Em 2018 mudei para Maringá e assumi toda operação da empresa, com 60 lojas, distribuídas em 3 estados e 29 cidades. Nesse período inauguramos 12 lojas, reformamos 8, ajustamos o modelo atacarejo e fortalecemos os times. Não bastasse a dinâmica que é própria do varejo, enfrentamos 2 anos de pandemia, e nesse período as operações tiveram na linha de frente todos os dias. Tomado todos os cuidados de segurança, e comparando o nº de casos diariamente e suas causas, observamos sempre um percentual inferior ao das cidades, demonstrando um trabalho muito eficiente no controle da pandemia. Não fechamos nem um setor, o número de casos foi controlado, e em sua maioria sem consequências graves.

 Durante os cinco anos que permaneci na CSD tínhamos um plano estratégico de dobrar o faturamento da empresa, que viria pelo crescimento das lojas, crescimento orgânico, novos formatos (Atacarejo), aquisição de lojas, e crescimento do E.commerce, além disso precisávamos preparar a CIA para um IPO. Com exceção do faturamento que foi retardado devido a pandemia que atrasou as inaugurações e possíveis aquisições, os demais desafios foram cumpridos, e a empresa já abriu nos último 12 meses mais 6 lojas.

Como dizia o fundador do Carrefour:

“Com mais clientes progredimos, com menos clientes regredimos,

sem clientes estamos mortos, a inercia não existe,

ela é a premissa do declínio” Jacques Deforrey

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