A alta dos juros mudou a lógica dos investimentos do mercado, ou seja, é preciso elevar o tamanho das receitas em relação aos custos
Se você é empreendedor e está na luta em busca de investimentos no mercado para a sua startup, fique atento: a alta de juros reordenou as prioridades dos potenciais investidores e é preciso cuidar ainda mais da entrega. Caso não esteja acompanhando criteriosamente a movimentação da economia neste momento, sobretudo no que diz respeito ao seu setor de atuação, é bom rever as suas prioridades e agir estrategicamente o quanto antes. Essa medida será um divisor de águas entre o tão sonhado êxito ou o temido fracasso.
Você sabia, por exemplo, que unicórnios poderosas, como as startups Quinto Andar e Loft, fizeram algumas demissões no primeiro semestre para se adequar a essa realidade? De acordo com diferentes especialistas, não é sinal de uma crise, mas sim de tempos mais difíceis.
Em outras palavras, é necessário, por conta dos juros elevados, rever as despesas. Esse ponto é primordial, aliado, é claro, à taxa de retorno do negócio diante desse novo cenário. É preciso ser ainda mais atraente.
As startups mais encorpadas, digamos assim, reordenaram as suas operações para garantir ganhos de eficiência como uma maneira de aprimorar a margem de lucro, ou seja, elevar o tamanho das receitas em relação aos custos. Por isso, por exemplo, a opção por um método bem tradicional da administração: o corte de pessoal.
A boa notícia é que, de forma seletiva, os investidores continuam injetando dinheiro nos negócios. Para se ter uma ideia, no primeiro trimestre de 2022 foram realizadas 76 rodadas de investimento em startups no país, que somaram R$ 6,4 bilhões.
Na comparação com o mesmo período de 2021, o montante é menor, mas, em contrapartida, o número de aportes é maior. A presidência da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) aponta que, no ano passado, houve uma "explosão de investimentos", mas que os parâmetros adotados não seguiram o padrão histórico. Fora isso, as avaliações dos indicadores operacionais de sucesso foram menos criteriosas.
Em busca do equilíbrio
A Distrito, plataforma de dados e consultoria de startups, lembra que o aumento da taxa de juros obrigou os gestores de fundos a buscar o reequilíbrio das carteiras. Na prática, isso significa redirecionar o capital disponível no mercado para outros ativos.
Essa opção tem como consequência, por exemplo, a desaceleração da oferta de verbas para novos fundos e rodadas no mercado de tecnologia. Não esqueça que investir em uma startup ainda é uma operação de risco. Lembre-se: o investidor apenas vai alocar capital em uma startup se a taxa de retorno projetada for superior ao rendimento assegurado por uma aplicação sem risco (leia-se renda fixa, por exemplo). O momento econômico, por conta dos juros elevados, mudou a lógica do mercado também.
Se uma renda fixa passa a ser mais lucrativa, a startup precisa encontrar meios de assegurar um retorno maior também. Mas como fazer isso? Não tem mágica: é essencial, diante dessa encruzilhada, conquistar lucros maiores e, para isso, será necessário rever despesas e promover avanços nas receitas, entre outras medidas.
Novo momento para as startups
Sem dúvida alguma, o momento do mercado afeta mais as startups que já receberam aportes e estão em uma operação mais turbinada. Por que isso acontece? Simples: no momento em que foram avaliadas, as condições eram mais otimistas e havia uma oferta menos criteriosa de capital.
De olho nesse movimento do mercado financeiro, cabe às novas startups reverem os seus modelos de negócios e tornarem-se, mesmo com as incertezas, atraentes para potenciais investidores. É preciso ter entrega.
Então, antes de sair pleiteando R$ 1 milhão para alavancar a sua startup, faça a lição de casa: o seu negócio é capaz de entregar os resultados esperados? Esse é o passaporte para as grandes conquistas, sem dúvida alguma. Pense nisso!
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