Após investimentos recordes registrados no ano passado, a tendência é de crescimento também para os próximos meses
Se alguém duvida da força das startups, basta olhar os bons números registrados em pouco mais de meia década. Em apenas 4 anos, entre 2015 e 2019, de acordo com dados da Associação Brasileira de Startups, houve um crescimento de 207% de iniciativas em torno desse modelo de negócio.
Com a pandemia, que trouxe inúmeros desafios para todo o mundo, o boom foi ainda maior. Apenas em 2021, de acordo com pesquisa da Distrito, plataforma que auxilia empresas no processo de digitalização e ainda monitora o mercado de startups, os investimentos ultrapassaram a marca de US$ 600 milhões — simplesmente mais que o triplo do registrado em 2020.
Atualmente, o Brasil, a partir dos registros da Associação Brasileira de Startups, tem 14.065 startups distribuídas em 78 comunidades e 710 cidades brasileiras.
São Paulo lidera o ranking, totalizando 4.027 empresas, seguido de Minas Gerais (1.240), Rio Grande do Sul (976) e Rio de Janeiro (880).. No que diz respeito ao mercado de atuação, 9% das startups brasileiras são voltadas para a educação, 7% direcionadas para outros serviços, 6% para finanças e 5% para saúde e bem-estar.
Com relação a 2022, Gustavo Araujo, CEO e cofundador da plataforma de inovação Distrito, revelou, em entrevista ao portal LABS – Latin America Business Stories, que a transformação que será vivida ao longo de toda essa década será uma das maiores transferências de valor do mundo tradicional para o que se chama de nova economia. “O crescimento que tivemos em 2021 deve continuar em 2022, liderado principalmente pelas fintechs, já consolidadas como grande segmento no Brasil, assim como as retails e proptechs”, falou.
Na comparação com 2021, os especialistas têm a expectativa de que o grande fluxo de capital de risco injetado na América Latina, que potencializou a digitalização e o desenvolvimento de startups (algumas delas, inclusive, em fase inicial de operação), torne-se uma realidade também neste ano. De acordo com projeções da Distrito, o setor de varejo continua no processo contínuo de digitalização e deve ampliar sua área de atuação, com penetração em outros mercados, como serviços financeiros, saúde e educação.
Segmentos das startups que estão em alta
Fintechs
Instituições como o Nubank e Picpay souberam ocupar uma lacuna de mercado deixada pelos grandes bancos, que não contavam com um sistema digital completo. Em 2022, o setor deve crescer ainda mais por conta das facilidades de acesso e outras vantagens oferecidas.
Healthtechs
A pandemia fortaleceu muito esse segmento, sobretudo com o crescimento da telemedicina e da necessidade, por exemplo, de testes rápidos para a COVID-19. O cenário vislumbra grandes oportunidades na área.
Logística
Com o fechamento do comércio físico devido à pandemia e com o boom dos e-commerces, as startups de logística também vivem um bom momento. A redução dos prazos de entrega foi um dos grandes diferenciais verificados.
Algumas tendências das startups para 2022
- A potencialização do varejo on-line e seu ecossistema de serviços para tornar mais acessível a aquisição de produtos, soluções logísticas para melhorar a entrega e tecnologias de gestão da informação envolvendo ofertas e clientes.
- No-code: as plataformas de desenvolvimento sem código estão em alta. Webflow (para elaboração de sites) e Bublle (voltado à criação de aplicações) são exemplos. Até a Amazon lançou uma plataforma no-code destinada à produção de aplicativos.
- Soluções de infraestrutura para o as atividades híbridas, que apontem caminhos mais eficientes e interessantes para os trabalhos fora das organizações.
- Ampliação do leque de produtos na área da educação, com foco no ensino digital e para diversos nichos e públicos.
- Incremento das possibilidades de serviços envolvendo imóveis, carros e outros produtos, que demandavam processos mais burocráticos.
Sem dúvida alguma, 2022 tem tudo para ser de grandes feitos para as startups. Inovar gera oportunidades. Fique ligado nas novidades!