*Leonardo Franklin
De um lado grande corporações com estruturas voltadas a suas atividades-fim e à busca constante pela produtividade e eficiência. De outro, startups ou consultorias especializadas em criar soluções com tecnologia e profissionais focados na implantação e gestão de projetos.
Entre esses dois mundos, há uma necessidade em comum. A de inovar. Inovar justamente para manter e elevar a produtividade e eficiência em um momento em que a informação sobre o cliente é abundante, mas só será um diferencial se bem usada. Momento em que são essas informações mostram as mudanças e tendências dos hábitos de consumo. E para onde devem caminhar as empresas.
As ferramentas para atender a demandas como essas são muitas. Mas entender quais são as que fazem sentido para a sua empresa e como adaptá-las ou mesmo cria-las requer mão de obra especializada, nem sempre disponível dentro do corpo de colaboradores.
A inovação aberta não se trata de terceirização, mas da criação de uma parceria estratégica para encontrar as melhores saídas para as dores diárias ou para a criação de novos processos ou a introdução de novas tecnologias e metodologias de trabalho.
Tende a ser uma forma de dar agilidade ao processo de criação em empresas de todos os tamanhos. Não é à toa que grandes empresas têm feito alianças com especialistas em determinadas técnicas, processos ou tecnologias.
De consultorias tradicionais à startups focadas na resolução de dores específicas. São inúmeras as formas de aliança: compra, incorporação, aceleração ou mesmo a contratação para projetos específicos.
Faz parte do conceito de cocriação, um dos três pilares do design thinking (empatia, colaboração e experimentação), que deve levar em conta a necessidade da empresa, do mercado e dos consumidores.
São inúmeros os casos de cocriação e inovação aberta. Ao longo da pandemia de COVID-19, os mais emblemáticos foram as alianças do Instituto Butantã e da Fiocruz com os laboratórios Sinovac e AstraZeneca. Antes disso, a gigante Imbev incorporou diversas cervejarias artesanais, como a mineira Wals, para acelerar o processo de inovação de seus produtos. E em 2021, a Ambev lançou também o programa de cocriação com startups. No Paraná, a Positivo Tecnologia adotou a solução criada por estudantes durante o concurso Hackatop, da ADVB-PR. Eles criaram uma embalagem que serve de suporte para os notebooks fabricados ela empresa.
A aceleração de startups também é um modelo cada vez mais comum. O exemplo do Condor Connect, aceleradora do Grupo Zonta, é a aposta na busca de soluções inovadoras para o varejo alimentar.
Mas a inovação aberta pode acontecer com a simples contratação de uma equipe ou empresa especializada.
O conceito de inovação aberta foi criado por Henry Chesbrough, professor de da universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. A ideia é a colaboração entre empresas e seus stakeholds internos ou externos na criação de novos produtos e serviços.
Um conceito é comum em empresas que priorizam a resolução rápida de problemas à manutenção de soluções personalizadas e que tradicionalmente não seriam abertas ao mercado.
É nesse contexto que o ecossistema de inovação de cidades com vocação para a prestação de serviço tem se consolidado como polos de tecnologia e de desenvolvimento de soluções em diversas áreas que têm como base a tecnologia.
A cocriação pode ser protegida por acordos de NDA, mas a proposta de buscar soluções conjuntas tende a ser mais aberta e contar com a participação de profissionais de conhecimentos e experiencias diferentes. Com o envolvimento de profissionais consultores, a tendência é de que a solução encontrada tenha um caráter mais aberto, podendo ser também a solução a ser aplicada a outras empresas a ponto de ganhar escala e até mesmo se tornar uma spin-off.
Leonardo Franklin é diretor de Marketing do Condor Super Center e do Grupo Zonta