Dinheiro na mão é oportunidade!

Ao contrário do que diz a clássica canção da MPB, no universo das startups o aporte financeiro deve ser o passaporte para o sucesso e jamais apenas sinônimo de risco

Um dos clássicos da MPB, “Pecado Capital”, de Paulinho da Viola, começa com uma expressão que faz todo o sentido no universo da inovação. Afinal, tanto para quem busca como para aqueles que pretendem fazer investimentos em startups, uma premissa é certa: “Dinheiro na mão é vendaval”, ou seja, mesmo que exista risco, é preciso muito compromisso e dedicação de ambos os lados para administrar e saber fazer render cada centavo. Cá entre nós, no mundo dos negócios não dá para ser apenas um sonhador. Em outras palavras, uma ideia, mesmo que seja a mais fantástica, precisa ser sinônimo de possíveis bons resultados e lucratividade.

Para quem empreende ou busca oportunidades para investir, essa deve ser uma reflexão que jamais pode fugir de vista. Afinal, o aporte financeiro não é filantropia. É preciso muito trabalho, organização e o desejo de fazer a diferença. Na prática, Andre Pamplona Hoffmann, head de inovação no Grupo RIC Paraná, sabe muito bem como funciona esse processo de captação de recursos e identificação de potenciais negócios.

Com grande experiência em gestão e finanças, Andre acompanhou de perto, por exemplo, o início dos trabalhos do Curitiba Angels, organização que fez história e potencializou investimentos em inúmeras startups. O profissional, apaixonado por esse ambiente de novos negócios, compartilha experiências que são fundamentais para quem pretende alçar voos maiores à frente de um projeto.

Em termos de investimentos, Andre é direto:

“Boa parte da decisão de fazer ou não um investimento leva em conta, além da rentabilidade, o desejo de participar de uma grande história”, comenta.

De fato, um investidor quer muito ter a oportunidade de fazer parte de algo maior. Cabe ao empreendedor, no entanto, ser capaz de apresentar um negócio encantador e promissor, que seja realmente uma alternativa irresistível. 

Por isso, um projeto concreto é que vai seduzir e conquistar parceiros de investimento. “Eu não analiso ideia, mas sim a tecnologia, o produto e, principalmente, como ele é conduzido. Uma das principais etapas nessa avaliação é ver como funciona a tração, a performance desse negócio”, reitera Hoffman.

Faça a sua parte

Para André, a avaliação dos 4 Ts (time, tecnologia, tração e termos) é primordial para se decidir ou não por um investimento. Nesse aspecto, cabe ao empreendedor a tarefa de convencimento por meio da experiência adquirida, objetivos e capacidade de execução.

Com relação à tração, peça fundamental para uma resposta positiva ou negativa diante de um possível aporte financeiro, o potencial investidor que ir além de números. Isso significa compreender se a solução oferecida pela sua empresa é criativa e boa o suficiente para bater a métrica central do seu negócio.

Por isso, o investidor precisa ter clareza sobre a consistência do crescimento do negócio, defendido por meio da apresentação da sua métrica principal. Para chegar a uma definição, entram em análise também a força do funil de vendas,  o ciclo médio de vendas e a aceitação dos clientes ao produto ou serviço disponibilizado, entre outros quesitos.
 

Fora esses aspectos, essa aliança depende de um bom planejamento estratégico. Também é essencial buscar o perfil certo de investidor para o seu negócio e mostrar diferenciais em relação à concorrência. A força do discurso também conta muito, ou seja, tenha uma grande história e um time dos sonhos para apresentar. Afinal, surpresas positivas sempre são bem-vindas.

No que diz respeito aos investidores e empreendedores, André lembra que é uma relação de simetria de poderes. De um lado, quem precisa e procura o aporte necessário para expandir; e do outro alguém que busca uma oportunidade capaz de trazer mais que um retorno financeiro. Para o casamento ser perfeito, o primeiro passo é existir um diálogo consistente entre as partes para que, juntas, sejam capazes de ir realmente mais longe. Afinal, dinheiro não falta no mercado, mas é preciso conquistar a confiança e mostrar capacidade para fazer acontecer. O desafio está lançado!

 

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