A inversão de papéis na hora do pitch
potencializa o ecossistema de inovação e traz grandes oportunidades
Como o
próprio nome sugere, o pitch invertido, ao contrário do modelo tradicional,
coloca as empresas/investidores como apresentadoras das suas dores às startups,
que ocupam a plateia. O formato admite variações, mas é fato que tornou-se um
importante recurso para promover a inovação e movimentar o ecossistema.
Com tempo
bem cronometrado (entre 5 e 10 minutos) e breve apresentação, o pitch invertido
também abre espaço para perguntas e respostas. O encontro pode ser permeado por
apresentações dos conceitos de negócios das organizações ou pelo lançamento de
desafios para que sejam resolvidos pelas startups.
Bastante
rico, o pitch invertido também abre espaço a dinâmicas diferenciadas. Por meio
dele, dá para representantes de grandes instituições simularem um pitch
convencional das startups direcionado aos próprios fundadores com o objetivo
de que visualizem os seus negócios sob
outra perspectiva.
Vantagens do pitch invertido
O pitch invertido faz com que, após as apresentações, as
empresas tenham como identificar projetos escaláveis, inovadores e tecnológicos
que mereçam aportes. Essa troca traz sinergia e beneficia todo o ecossistema de
inovação.
O formato já é um sucesso em vários países. Nos EUA, desde
2015, por exemplo, a cidade de Austin,
no Texas, é palco da “[Re]Verse PitchCompetition”. No Brasil já há iniciativas
nesse sentido também, como a promovida pelo Sebrae/PR e que conta com a adesão
do Condor Connect.
Se as empresas têm a possibilidade de solucionar desafios de
forma inovadora, a startup que participa do pitch reverso, mesmo que não
consiga aceleração, incubação, investimento ou outro apoio, adquire muita
informação, conteúdo e referências. Um modelo que deve ser cada vez mais
estimulado.
Educação para os negócios
Sem dúvida alguma, o pitch reverso, na prática, tem o
objetivo de educar o mercado sobre o que realmente os investidores buscam. O
modelo ajuda tanto o trabalho de quem capta quanto o de quem investe. Essa
poderosa troca também favorece o coinvestimento.
Para as startups, uma boa notícia. Investidores, como a
aceleradora Ventiur, estão muito otimistas em relação ao early-stage. No caso
da empresa, a ideia é dobrar os aportes em 2023.
De acordo com os líderes da Ventiur, há muito capital para
investir no early-stage. Só que os critérios de avaliação estão cada vez mais
rigorosos. A premissa é encontrar boas startups, que estejam realmente
preparadas para receber o dinheiro e saber o que fazer com ele.
Como trabalham com o dinheiro de investidores, a Ventiur quer
bons negócios que realmente deem certo a médio e longo prazo. No pitch reverso,
a inversão de papéis ajuda na apresentação de soluções que estejam em total
sintonia com as expectativas do mercado e favorece os empreendedores na
apresentação de iniciativas realmente assertivas.
Insights importantes para 2023
- Não há certo ou errado entre quem
investe ou recebe o capital neste momento. De acordo com os especialistas, o
mercado ainda é imaturo e a responsabilidade está sendo chamada para todos os
lados. A meta é construir um negócio sustentável o mais cedo possível e o pitch
reverso pode facilitar o processo.
- A sustentabilidade, em dimensões que
incorporam questões relacionadas a temas como energia solar, carbono e
hidrogênio, ainda é o foco de investimento de boa parte do capital disponível.
Pense nisso.
- Apesar das dificuldades, como a
redução substancial de valuation no late-stage, especialistas reforçam que
ainda há muito espaço para startups em estágio inicial. Bora fazer a diferença.
- O mercado das insurtechs e
healthtechs continuam atraindo muitos investidores. Sem dúvida alguma, a saúde
é um tema a ser explorado, pois são iniciativas que mudam a vida de todas as
pessoas.
- O futuro do blockchain é repleto de
boas perspectivas. De acordo com especialistas, a infraestrutura já está
disponível e é apenas uma questão de tempo para a adoção em massa.